O verbo

Sempre me impressiono com esse texto de João:

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.
A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.
A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.
Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João.
Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele.
Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz, a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.
O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.

Fonte: Evangelho de João, capitulo 1, versos 1 ao 14 - Tradução João Ferreira de Almeida , 2ª ed - Revista e Atualizada

Questões

Poderia uma mesma alma viver em dois corpos?
Pergunto-me sobre a possibilidade.
Um corpo pode ter apenas uma mão,
mas a segunda sempre fará falta.
Um lado do corpo é reflexo do outro,
e ainda que assimétricos parecem idênticos.
Muitas são as estradas e maior ainda
o número daqueles que por elas transitam.
O que é mais importante: o cruzar dos caminhos
ou a necessidade de um olhar
que vê na alma de outrem parte de si?
Prefiro pensar: os dois se completam.

Priscila Gajardo
(08/12/09 – 22:40)

Eternidade

A eternidade...
é mais do que atemporal,
é um momento único
onde o tempo pára,
pára de existir
para surgir o novo.
Seu amor é o presente,
a eternidade, tão real,
oculta-se entre os ponteiros
que marcam meu tempo.

E.S. + Priscila Gajardo
(20/09/09 - 23:40)

O comando

Ide...
... a mãe que de tanto amar, chora.
... ao pai que de tanto ganhar, perde.
... ao filho que de não entender, foge.
... ao que possui apenas pele e osso.
... ao que falta um ou mais dos sentidos.
... ao que luta e debate com a própria mente.
... ao narciso que vê em seu reflexo o saber.
... ao que está cativo em sua corte.
... ao que caiu no buraco que fizera como armadilha para outro.
... ao alto do monte e ergue o Farol.
Seja você a luz para essas nações.
Ide a Pedro, Saulo, Maria e João
E mostra-lhes aquilo que já conheceste.


E.S.
(Marcos 16:15)
02/12/08

A memória de um amigo

Ouvia-se apenas os passos
e o canto dos pássaros.
Lágrimas silenciosas
em face do ultimo encontro.
Não mais ouvia-se o riso dos amigos,
que refletiam seus comentários.
Nem mais seu brilho no olhar
que se foi no seu ultimo suspiro.
Cala-se também uma das vozes
que com autoridade clamava no deserto.
A amizade e o companheirismo eram vista nos braços
daqueles que levaram seu corpo a ultima casa.
Cena rara em meio as atuais.
Mais raro fora o amor entre duas almas
que existiu até o seu penúltimo suspiro.
(O ultimo fora ao seu criador)
Enquanto um girassol é colhido
e plantado longe do seu amor
o outro continua sua saga
girando em torno daquele
que a aquece, fortalece,
que dá a terra que a sustenta
e os nutrientes do solo que a alimentam.
Raízes firmes, longos e belos talos
mostram o reflexo de tais cuidados.
Em agradecimento ela alimenta
as abelhas que por ali passam
dando o alimento e o sustento
de sua existência.
Um belo e raro girassol é esta.
Não olha para o vazio deixado
onde seu par vivera,
faz das lembranças vivas no intangível
apenas lembranças
parte de um passado sem saudosismos.

Nossa vida é eterna,
e são nossas atitudes que nos leva a viver
ou apenas sobreviver.
Este foi um homem que lutou por vidas
e que, consequentemente, viveu
participou da graça
e da paz que a todo entendimento excede.
Seu riso ainda continua vivo
na vida daqueles que ele ajudou a salvar.
Thiago foi um homem especial
Ele amou e foi amado.

Priscila Gajardo
(20/09/09 – 10:50)

mor

Mor
l
Até?
Amor
Morte
Tira o A
Põe o TE
Tem morte
Põe o A
Tira o TE
Tem amor
l
Até encontrar um novo amor.

Priscila Gajardo
(21/08/09 – 17:15)

Fé

Em meio ao deserto
luta para sobreviver.
O pó, a areia, as folhas secas
que são trazidas pelo vento
quase desaparecem com a imagem
que fielmente é reproduzida da realidade.
Calada suporta
e pacientemente espera.
Ao longe já se pode ver um sinal,
é do tamanho da palma da mão de um homem,
uma nuvem.
E ainda que todos duvidem
ainda há vida,
há esperança.
Pois por mais que seus ouvidos
se apliquem em ouvir o vão
seu espírito crê no que seus olhos não vêem,
no que as mãos não tocam.
E seu ser senti o vento das boas novas
que transformam a pequena nuvem
na abundante chuva,
cujas águas limpam o pó,
a areia
e leva em sua correnteza as folhas secas.
E os mesmos olhos
que não alcançavam a bonança,
conseguem ver o florescer das flores
e o nascer dos novos frutos.

Este sim é digno de aplausos.
Aleluia! Regozija-se minha alma,
pois seu criador vive
e nunca se esquece dos seus.

Priscila Gajardo
(24/03/07 – 10:40)

Inesquecível olhar

Tão simples aos olhos humanos.
Mas sem par fora aquele instante.
Precioso para quem o teve.
Inesquecível para quem o vive.
O corpo permaneceu o mesmo.
A mente mudou seu pensar.
Acabou seu pesar.
A letra passou a ter vida em um coração
que bate em um novo compasso.
(Em segredo: - fora feito de novo)
(Assim como as moléculas do mesmo DNA)
Loucura ao senso comum.
Incomum é o seu novo caminho.
Vai em direção ao deserto
dar a vida por uma terra estéril,
seca e aos olhos humanos morta.
Muitas são as Águas (vivas)
Poucos são os canais.
Simples fora o momento em que dela bebeu.
Singular aos olhos humanos,
mas precioso para o Deus que o abraçou.

Priscila Gajardo
(07/07/09 – 16:04)

Encontro

Depois...
...recebeu um novo olhar
...acabou a inimizade familiar
...recebeu o perdão
...encontrou a paz
que já a muito vinha sendo buscada
e encontrada apenas no hiato deixado
entre um segundo e um minuto do dia.
... as roupas receberam novo colorido
... seu perfume ficou agradável a todos
... passou a ser pacificador
... não mais o reconhecem pelo nome, Narciso
... continua sendo uma pessoa
... escuta arranjos vindo de mão santas
... fora levado a conhecer a verdade,
sua verdadeira humanidade.
Quem é este?
Aquele que passando por um duro caminho
encontrou descanso onde menos esperava,
mas que a muito ansiava,
estar nos braços do Filho.
Quem O encontra nunca mais é o mesmo...
Quem diz tê-lo encontrado sem mudança
não conhece nem a si próprio.

.

E. S
(22/06/09 -19:53)

A letra

Difícil é ter opinião sobre algo
quanto mais profundas são as águas
pior é o diagnostico sobre a correnteza
que por ali deixa suas marcas.

Não sei se ter opinião formada
é ser corajoso, manipulador, convicto,
ou burro como a unanimidade.
Mas seria esse o problema da humanidade?

Hegel negou o Deus da fé cristã,
perdendo sua vida em profunda melancolia.
Ao passo que séculos antes multidões perdiam sua vida
por não negarem sua fé no mesmo Deus da fé cristã.

Talvez o Deus que apresentaram a eles não fosse o mesmo.
Palavras alteram pessoas que podemos ver,
então que dirá quem não se vê.
O homem é capaz de muitas façanhas.

O povo é a unanimidade.
Os pensantes o entorpecente do povo.
Que na busca pelo saber
perdem sua humanidade mais humana.

Priscila Gajardo
(19/06/09 – 22:12)

Guerra civil

O passado luta contra o presente
como dois cidadãos lutando pela sua pátria
na pior das guerras: a civil.
Parece não perceber que já se eternizara
nas lembranças esquecidas.

A cada batalha os minutos mortos
unem-se contra os minutos ainda vivos,
pois ambicionam o que não podem mais ter,
sua constância no presente.
Querem ser mais do que minutos,
desejam ser a vida que não lhes fora dada.

Os minutos futuros são a vitrine da eternidade
infinitos em cada olhar,
são a imagem do horizonte intocável.
A esperança contra o passado,
petrificado como uma lavra de vulcão já apagada,
que se vencido com a realidade de um novo amanhã,
puro como uma gota de orvalho de uma manhã de primavera.

Priscila Gajardo
(13/06/09 – 00:25)

Um messias

Sonhos são nada sem a boa mão do Senhor,
são egoístas, soberbos, falsos, enganosos.
Bem aventurados são os que cruzam o deserto
sob a boa mão do Senhor,
pois encontraram água na sequidão,
companhia na solidão,
sombra onde não existem árvores,
calor na noite fria.
Estes viverão em felicidade todos os dias,
viverão pelas promessas que provém
da boca daquele que era, é e sempre será.
O impossível dos homens se apresenta
mais do que a água em um temporal,
tão real que chega a molhar a alma.
Às vezes a estrada acaba e não se sabe
para onde será dado o próximo passo.
Árdua tarefa é continuar num caminho
que ainda não existe, sem estradas, mapas.
Estes vivem o paradoxo da vida humana,
são felizes quando absolutamente nada tem,
pois deixaram de viver seus próprios sonhos
para viver os sonhos de Deus,
se esvaziam de si mesmos para amarem.
Amam a quem os olhos não costumam ver
e a pessoas que o coração desconhece.
Vivem o sonho de ser messias,
por amor ao seu Messias,
que de apenas Libertador
passou a ser o seu Senhor
e que de Senhor passou a ser o Melhor Amigo,
que se tornou seu Grande Amor.

E.S.
(27/04/09 – 10:40)

Sobretudo ideal

De uma simples composição,
madeira, aço, verniz e mãos,
sai o produto capaz de tocar o invisível.
Impressiona-me essa capacidade:
tocar a parte imortal do ser humano,
o intangível que a ciência não explica.
A organização do som em arranjos
são como vestes
que aquecem em uma noite fria.
Cujos ouvidos são a porta de entrada,
o coração, a ante sala
a alma, o local de ser.

Priscila Gajardo
(20/04/09)

O trabalho

O mesmo sol que nasce aqui,
nasce no norte, no leste e no oeste.
O mesmo trabalho a ser realizado aqui
tem que ocorrer em todo o mundo,
em cada canto e nos confins da terra.
E cada parte do corpo tem seu valor,
precisamos das unhas para proteger os dedos,
de cada órgão interno para cumprir suas funções,
dos cílios para proteger os olhos,
da pele dos pés para que eles possam
sustentar todo o corpo,
de um forte sistema imunológico para a auto-cura,
das diferentes raças que deixam a terra
com o colorido do céu.
Para que nosso amor esteja acima
das aparentes diferenças
que no final nos tornam tão iguais,
pois somos um só povo
que ama a um só Salvador.

E.S (Priscila Gajardo)
23/04/09

Inspiração

A gênese esta no espírito,
tudo começa ali.
As águas jorram e o enche
até que transborda para a alma.
Lentamente gota a gota
forma um mar.
Sensivelmente lhe é revelada a Sua vontade.
A mente se rende
As mãos se movem
Se faz a matéria
E o alvo é alcançado.
E eis que posto diante de nos
está a vontade do verbo
que um dia fora carne
e que agora é Espírito entre nos.

E.S.
(11/11/08 – 09:19)